O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, alertou nesta terça-feira (4), em entrevista à Rádio Liga FM, para a grave situação financeira enfrentada pelas prefeituras paraibanas, especialmente na área da saúde. Segundo ele, 90% dos municípios do Estado estão em sufoco financeiro em razão da falta de repasse das emendas parlamentares, que se tornaram fundamentais para o custeio dos serviços públicos.
De acordo com Coelho, cerca de 70% das emendas parlamentares destinadas aos municípios são aplicadas diretamente no custeio da saúde, setor que mais sofre com o atraso desses recursos. “Os municípios vivem uma situação de extrema dificuldade. Há 20 anos, não há reajuste dos convênios do governo federal estão defasados e a tabela do SUS não sofre correção. Isso compromete o funcionamento básico das unidades de saúde”, afirmou.
O presidente da Famup destacou que, mesmo diante da crise, os gestores municipais têm mantido o compromisso de garantir o atendimento à população. “Os municípios não deixam de arcar com suas responsabilidades, sobretudo na saúde, que é prioridade. Mas sem as emendas parlamentares, simplesmente não há como manter o sistema funcionando”, ressaltou.
George Coelho também mencionou que o atraso na liberação das emendas está ligado à exigência do Supremo Tribunal Federal (STF) por maior transparência na aplicação desses recursos. No entanto, ele defendeu que as gestões municipais já cumprem rigorosamente as normas de transparência. “70% das emendas parlamentares, repassadas por deputados e senadores, que são usadas para o custeio da saúde, não estão vindo, estão sendo liberadas a conta-gotas. Para piorar, estão sendo liberadas, agora, no final do ano”, concluiu.
