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Bolsonaro diz que denúncias de assédio são inadmissíveis e deve demitir Pedro Guimarães da Caixa

As denúncias de assédio sexual feitas por servidoras da Caixa Econômica Federal (CEF) contra Pedro Guimarães caíram como uma bomba em meio à crise instalada no Planalto. Irritado, Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com Guimarães, com membros da área de comunicação do governo e com o filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha, na noite desta terça-feira (28). A demissão é tida como certa e deve acontecer nas próximas horas.

No encontro com Guimarães, Bolsonaro teria dito que as denúncias de assédio são “inadmissíveis”, segundo interlocutores. Acuado, Guimarães prometeu “se defender na Justiça”.

Bolsonaro, no entanto, teria determinado a ministros próximos que comunicassem aliados do Centrão que a situação de Guimarães é “insustentável” e que ele deve deixar a Presidência da Caixa.

No núcleo duro da campanha, que tem Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente do PL, as denúncias são vistas como um “desastre”.

As denúncias de assédio, juntamente com os depoimentos estarrecedores da servidoras, são vistos como mais um fator que deve aumentar a rejeição de Bolsonaro no eleitorado feminino.

Ainda na noite desta terça-feira, a Caixa emitiu um comunicado cancelamento a participação de Guimarães em um evento do banco.

“A Caixa informa que o pronunciamento e a coletiva de imprensa sobre a estratégia do Ano Safra 2022/23, previstos para acontecer nesta quarta-feira (29/06), na Caixa Cultural Brasília, foram cancelados”, diz a nota.

Depoimentos são fortes
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de assédio sexual por várias funcionárias do banco público. Após se unirem e denunciarem a suposta conduta do chefe máximo da instituição às autoridades, no final do ano passado, o caso está agora nas mãos do Ministério Público Federal (MPF), que o investiga sob sigilo. As informações foram reportadas com exclusividade pelo jornalista Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles.

Os casos de assédio teriam ocorrido em situações em que funcionárias viajavam com Pedro Guimarães por determinação dele. As depoentes dizem que chamar mulheres que despertavam interesse no presidente da Caixa para ir a vários lugares do Brasil, supostamente a trabalho, era uma conduta cotidiana na agenda dele.

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