O pastor Estevan Fernandes criticou, nesta quinta-feira (25), o envolvimento direto de líderes religiosos com a militância partidária e avaliou que a polarização política trouxe desgastes profundos para a igreja no Brasil. Para ele, o extremismo acabou tensionando o ambiente religioso e gerando divisões internas entre fiéis.
Em entrevista ao programa Liga 360, da TV Norte Paraíba, o líder da Primeira Igreja Batista afirmou que, embora pastores, padres e rabinos exerçam grande influência social, esse papel não deve ser usado como moeda de troca dentro de partidos políticos. “O líder religioso não pode negociar poder político nem se transformar em cabo eleitoral de ninguém”, pontuou.
Estevan revelou ainda que já recebeu convites para disputar cargos públicos, mas recusou todas as propostas. Segundo ele, a decisão está ligada à convicção de que a política partidária não deve ocupar o espaço da igreja, que precisa preservar sua missão espiritual e social.
Ao abordar o cenário atual, o pastor avaliou que a igreja não estava preparada para enfrentar um debate político tão radicalizado, que passou a dividir o público cristão entre direita e esquerda. Na visão dele, a pressão externa empurrou parte do meio evangélico para um campo político específico, sem que houvesse maturidade para lidar com as consequências desse alinhamento.
“O grande erro foi confundir ideias com pessoas. Quando há personalização, surgem problemas, porque líderes falham, erram e são humanos. A igreja acabou não separando princípios gerais de projetos personalistas”, destacou, ao defender que o espaço religioso deve priorizar valores amplos, sem submissão a disputas ideológicas ou nomes específicos.
