A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de indicar Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do Projeto de Lei Antifacção provocou forte divisão entre os parlamentares. A escolha foi elogiada pela oposição e criticada por governistas, que enxergam provocação na nomeação.
Horas após ser confirmado no cargo, na sexta-feira (7/11), Derrite — que deixou a Secretaria de Segurança de São Paulo para reassumir o mandato na Câmara — apresentou o primeiro parecer sobre a proposta. O relator optou por não incluir o ponto mais polêmico, defendido pela direita, que previa a fusão do texto do governo com outro projeto que equipara facções criminosas a organizações terroristas.
Mesmo sem a fusão, Derrite propôs que ações armadas e de controle territorial promovidas por facções recebam as mesmas punições aplicadas a casos de terrorismo, com penas de 20 a 40 anos de prisão.
A decisão gerou reações imediatas nas redes sociais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) parabenizou Derrite e afirmou que o projeto “está em boas mãos”. Já o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou duramente a escolha de Hugo Motta, chamando-a de “um desrespeito com o presidente Lula”.
“O PL Antifacção é uma prioridade do governo Lula, e colocá-lo nas mãos do secretário de Segurança do governador Tarcísio beira a provocação”, declarou o petista no X (antigo Twitter).
Nos bastidores, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deve liderar a articulação para preservar o texto original do Executivo, enquanto a votação tende a atrasar por causa da COP30.
Crédito: Metrópoles
