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Audiência na Câmara de João Pessoa expõe críticas e cobranças sobre o novo sistema da Zona Azul Digital

A implantação do novo sistema de estacionamento rotativo Zona Azul Digital, em João Pessoa, foi tema de uma audiência pública na manhã desta quarta-feira (12), na Câmara Municipal. O debate reuniu lojistas, taxistas, motoboys e representantes de categorias que relataram dificuldades e apresentaram sugestões para melhorar o serviço.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Nivaldo Vilar, defendeu a Zona Azul como medida necessária para o Centro da cidade. Segundo ele, a suspensão do sistema em 2017, após uma disputa judicial, agravou os problemas de estacionamento e afastou consumidores.

“O Centro vem se deteriorando sem vagas para nossos clientes. A Zona Azul é necessária, mas precisa ser ajustada”, afirmou.

Entre as sugestões, ele citou a criação de áreas periféricas com tarifas menores, mais agentes para orientar motoristas e campanhas de informação sobre o uso do aplicativo.

Já o vice-presidente da Associação dos Motoboys, Eliaquim Evangelista, disse que a cobrança tem prejudicado o trabalho da categoria.

“O trabalhador de aplicativo não tem como rodar sem pagar Zona Azul. Precisamos de tolerância para poder carregar e entregar”, cobrou.

Outros representantes reforçaram o pedido por um tempo de carência e relataram dificuldades até para parar e usar o banheiro em estabelecimentos.

O presidente do Sindojus-PB, Joselito Bandeira Vicente, criticou o fato de oficiais de Justiça precisarem pagar para trabalhar.

“Cumprimos uma missão do Estado, mas usamos carros próprios e arcamos com a Zona Azul. É injusto”, disse.

Ele sugeriu que a Câmara encaminhe ao Ministério Público um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) que levanta questionamentos sobre o contrato do sistema.

O presidente da Associação de Taxistas Amigos Cristãos da Paraíba, Flaviano Oliveira, cobrou o cumprimento da lei municipal que garante isenção da taxa aos taxistas quando estiverem com passageiros.

“Há 20 anos temos esse direito. Fomos surpreendidos ao sermos autuados sem aviso”, afirmou.

Funcionários da Cagepa também reclamaram da cobrança em áreas sem comércio, enquanto lojistas do Centro relataram queda nas vendas desde a implantação.

“O comércio está morrendo. Estou fazendo uma venda por dia. Foi um tiro no pé”, disse a comerciante Gerlane Fabrício.

Outros comerciantes pediram mais segurança e um tempo de gratuidade de 15 minutos para usuários do sistema.

A presidente da Comissão de Políticas Públicas (CPP), vereadora Jailma Carvalho (PSB), afirmou que o debate será levado ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao TCE-PB.

“A discussão da Zona Azul não é política, é um debate da cidade. Vamos buscar soluções com diálogo e respeito”, declarou.

Com informações da CMJP

Foto: Olenildo Nascimento

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