O vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra (PSB), saiu em defesa do prefeito Cícero Lucena (MDB) após a abertura de um inquérito pela Polícia Federal, que apura uma suposta ligação do gestor com facções criminosas durante as eleições de 2024. Em entrevista à Rádio CBN João Pessoa, nesta quarta-feira (29), Léo classificou o episódio como parte de um “modelo político ultrapassado” e lamentou o uso de investigações como instrumento de disputa eleitoral.
“O que se criou na Paraíba é que qualquer investigação já vira condenação. O prefeito Cícero é a maior vítima disso. Por questões passadas, que doeram na sua família, ele se defendeu com serenidade e hoje é prefeito pela quarta vez. O que me estranha é o momento — sempre em período de eleição aparecem essas coisas”, afirmou.
O vice-prefeito destacou que não há fatos novos no inquérito e reforçou que o próprio juiz responsável pelo caso reconheceu a ausência de indícios diretos contra o prefeito.
“Não tem fato novo nesse processo. Compilaram tudo que já existia e vão investigar se o prefeito teve ou não ligação. O juiz mencionou nos autos que não há indícios, que não existem conversas com o prefeito, mas vai se aprofundar na investigação”, explicou.
Léo Bezerra também fez um apelo à classe política da Paraíba por mais respeito e ética nas disputas eleitorais, criticando o que chamou de “cultura do quanto pior, melhor”.
“Eu só peço à classe política para a gente mudar isso — de achar que, para subir, tem que pisar na cabeça das pessoas. Para ser vice-prefeito de João Pessoa, eu não precisei pisar na cabeça de ninguém”, completou.
A declaração de Léo ocorre no mesmo dia em que o prefeito Cícero Lucena se pronunciou, dizendo estranhar o momento da abertura do inquérito e reafirmando confiança na Justiça e tranquilidade quanto ao desfecho da apuração.
A Polícia Federal abriu o inquérito a partir de informações da Procuradoria Regional Eleitoral da Paraíba (PRE). O procedimento busca verificar se houve, durante a campanha de 2024, oferta de cargos públicos em troca de apoio político a grupos criminosos.
