O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) concedeu uma entrevista que promete trazer muitos desdobramentos na política paraibana. O deputado comentou as movimentações do prefeito Cícero Lucena (PP) para se firmar como candidato ao Governo do Estado do grupo do governador João Azevêdo (PSB) e referendou a fala de Enivaldo Ribeiro, presidente estadual do PP, na qual fez questão de lembrar que Cícero foi eleito para governar João Pessoa.
Aguinaldo historiou os gestos de cumplicidade dados por ele e pela família na direção de Cícero, desde o convite para disputar a prefeitura da capital pelo PP, até a solidariedade nos momentos difíceis que marcaram a eleição de 2024, com operação da Polícia Federal, que resultou na prisão da primeira-dama, Lauremília Lucena. O deputado disse esperar lealdade de Cícero ao partido, ao governador João Azevêdo (PSB) e ao grupo político.
“Espero reciprocidade de Cícero, espero que ele esteja conosco no projeto de grupo. Não há espaço para projetos pessoais. Eu abdiquei várias vezes de projetos, como por exemplo ser candidato ao Senado, mas recuei em nome do grupo. Vou procurar Cícero novamente. A senadora Daniela está voltando de viagem para que possamos ter uma conversa dentro do partido e construir uma definição com base na unidade”, enfatizou em entrevista ao Programa Hora H, da rádio POP FM.
Candidatura natural de Lucas Ribeiro
O parlamentar ratificou que o projeto do partido é a reeleição de Lucas Ribeiro (PP) caso assuma o governo e que esse assunto já foi tratado por Cícero. Ele pontuou a naturalidade da candidatura de Lucas caso o governador deixe o cargo para disputar o Senado e refutou apenas pesquisa como critério, como tem defendido o prefeito. “Cícero foi candidato a reeleição e ninguém defendeu que houve pesquisa para saber quem seria o candidato porque é um direito que ele tinha a reeleição. É um direito de Lucas, também, caso assuma o governo.
Articulações com partidos da oposição
Aguinaldo criticou ainda as movimentações de Cícero com lideranças da oposição, a exemplo dos senadores Veneziano Vital do Rêgo (MDB), Efraim Filho (União Brasil) e Pedro Cunha Lima (PSDB), adversários do grupo político liderado por João Azevêdo (PSB). Para Ribeiro, é contraditório o preferir tentar se firmar como candidato do grupo, porém, articulando apoio dos adversários políticos.
“Se você faz parte de um grupo e você faz parte de um partido, você pode fazer qualquer coisa que esteja tratada dentro do grupo. Mas se você está tratando fora do grupo, então eu acho que é incongruente com o estar no grupo. Ou você está no grupo, ou não está. Eu acho que é incongruente você ter uma coisa paralela fora do grupo e querer dizer que está dentro do grupo”, completou.
Foto: Gabriel Albuquerque
