A nomeação do biólogo Nino Tavares para a Superintendência do IBAMA na Paraíba, articulada pelo ex-governador e atual dirigente do PT no estado, Ricardo Coutinho, gerou insatisfação entre servidores da área ambiental. Em nota conjunta, a ASCEMA Nacional e a Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e PECMA na Paraíba criticaram a escolha, que classificaram como mais um episódio de desvalorização do quadro técnico da instituição.
As entidades, que representam servidores do IBAMA, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Serviço Florestal Brasileiro (SFB), afirmam que, apesar do discurso do governo federal de valorização do funcionalismo público, a prática revela uma “postura de desconsideração” em relação aos profissionais de carreira, que vêm conduzindo os trabalhos no estado desde o início da atual gestão.
Segundo a nota, o cargo de Superintendente do IBAMA na Paraíba era ocupado de forma interina pelo servidor Geandro Guerreiro Pantoja, que exercia a função há anos, mas seguia listado apenas como substituto na página oficial do órgão. Para os servidores, isso demonstra uma “postura institucional que ignora a expertise e dedicação dos efetivos”, indicando que “o pré-requisito para ocupar cargos relevantes no IBAMA parece ser não ser servidor”.
As associações destacaram ainda a contribuição de Pantoja para a retomada das atividades do IBAMA na Paraíba e agradeceram sua atuação à frente da Superintendência, apontando que sua gestão deixou o órgão em situação organizada e com avanços consolidados.
A indicação de Nino Tavares ainda não foi oficializada no Diário Oficial da União, mas já circula nos bastidores como escolha definida com apoio político. A movimentação reacende o debate sobre o uso de cargos técnicos como moeda de troca em articulações políticas, mesmo em áreas sensíveis como a gestão ambiental.
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