O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o diálogo com o Executivo em entrevista ao “JR Entrevista”, da Record TV, mas “sem jogar a população contra o Congresso”. A fala se dá em um momento de crise na relação do Legislativo com o governo Lula por causa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e de um desgaste da imagem dos parlamentares nas redes sociais.
O político da Paraíba também declarou que a afirmação de que o IOF é um imposto que só abrange classes mais abastadas não é verdadeira.
“Essa narrativa de tentar dizer que o IOF é um imposto que só pegam as classes mais abastadas, os ricos, ela não é verdadeira. É um imposto que tem um efeito difuso em toda a cadeia do nosso país, ajudando inclusive a aumentar a inflação e o custo para micro e pequenos empreendedores, para pessoas que viriam a sofrer com essa medida do governo”, disse.
“Congresso não protege ricos em detrimento de pobres”
Envolto em manifestações negativas nas redes sociais nas últimas semanas, Motta disse que a afirmação de que o Congresso protege os ricos em detrimento dos pobres também é mentirosa.
“Essa narrativa de dizer que o Congresso está protegendo os ricos em detrimento dos pobres, ela não é verdadeira, até porque nós temos ajudado o governo em todas as medidas sociais que estão sendo tomadas, todos os programas sociais que estão sendo feitos. Tudo isso só está sendo viabilizado porque o Congresso, desde o primeiro momento, teve ali o seu papel fundamental em apoiar essas medidas, e nós vamos continuar a fazê-lo. Porque isso é bom para o país. Como vamos sim aprovar a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil”, destacou.
Divisão por “luta de classes” é ruim para o país
Na mesma entrevista, Motta voltou a falar contrário ao que chamou de “polarização social”. Segundo o presidente da Câmara, não se deve estimular uma “luta de classes” porque todos devem ser “unidos em favor do país”. O paraibano disse entender que pode ser um interesse de antecipar o debate das eleições de 2026.
“Estimular uma polarização social não é o que o país precisa no momento. Eu vejo que é uma medida muito equivocada. Eu entendo que pode ali por trás ter um interesse político até de antecipar o debate de 2026. Mas é uma narrativa que, primeiro, ela não se sustenta, segundo que ela é ruim para o país, porque você acaba estimulando uma luta de classes quando na verdade devem ser todos unidos em favor do país. Porque nós temos um Brasil que é muito mais importante do que qualquer partido, do que qualquer projeto político”, disse.
Crédito: Metrópoles
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados