A Polícia Federal prendeu hoje, no Recife, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro.
O que aconteceu
Machado foi preso por suspeita de tentar emitir passaporte português para que o ex-ajudante Mauro Cid de ordens deixasse o Brasil. A prisão foi decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que pediu abertura de inquérito sobre o caso após a PF descobrir a tentativa de expedir o documento.
A prisão de Mauro Cid também foi decretada por Moraes. A defesa do ex-ajudante de ordens informa, no entanto, que a ordem foi revogada, e ele não chegou a ser preso.
Para a PF, Machado teria tentado atrapalhar o andamento do julgamento da tentativa de golpe no STF. Em nota enviada ao UOL na terça, o ex-ministro afirmou que tomou conhecimento das investigações pela imprensa e negou “veementemente ter ido a qualquer consulado inclusive o Português no Recife-PE.”
Cid afirmou não ter conhecimento da suposta iniciativa de Machado. Questionado pela colunista do UOL Letícia Casado no intervalo da sessão do STF para interrogatório dos réus da trama golpista, ele confirmou que solicitou cidadania portuguesa em janeiro de 2023, mas nunca fez pedido de passaporte, que é um requerimento à parte.
UOL procurou a defesa de Mauro Cid para comentar a prisão. Se houver resposta, o texto será atualizado. A reportagem também tenta localizar os advogados de Gilson Machado.
Conhecido como “GIlson Sanfoneiro”, Machado é aliado próximo de Bolsonaro. O ex-ministro acompanhava o ex-presidente na viagem que o ex-presidente fazia ao Rio Grande do Norte, em abril, quando passou mal e precisou passar por uma cirurgia para reverter quadro de obstrução intestinal.
Machado também era figura constante nas lives de Bolsonaro. Em algumas ocasiões, aparecia empunhando a sanfona e entoava canções, como quando tocou a Ave Maria em homenagem às vítimas da Covid-19.
Cid, Bolsonaro e outros 29 são réus por tentativa de golpe de Estado. Segundo denúncia da PGR, o grupo tinha o objetivo de manter o ex-presidente no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Credito: Uol
Foto: Artur Ferraz/g1