O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar sobre a possibilidade de ser preso em decorrência das investigações que o apontam como articulador de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Bolsonaro classificou a hipótese como “completamente injusta” e afirmou que uma eventual prisão representaria o fim de sua vida.
“Me prendam. Estou com 70 anos, para morrer não vai demorar. Seria o fim da minha vida. Injusto completamente”, declarou o ex-presidente, que agora é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação ao golpe e por integrar, supostamente, uma organização criminosa.
Bolsonaro negou envolvimento em qualquer tentativa de ruptura institucional e disse que as discussões com assessores e militares sobre medidas como estado de sítio, intervenção federal e o uso do artigo 142 da Constituição “não passaram de palavras”.
“Cadê meu crime? Onde eu quebrei alguma coisa? Onde eu tentei dar um golpe? Cadê a prova de um possível golpe? A não ser discutir dispositivos constitucionais que não saíram do âmbito de palavras”, questionou.
O ex-presidente afirmou que essas ideias foram consideradas, mas descartadas logo no início. “Era conversa com assessores, como acontece em qualquer governo”, justificou.