Em meio à crescente tensão entre o Congresso e o Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (29), que há uma “insatisfação geral” entre os parlamentares com a proposta de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) defendida pelo governo federal. A declaração foi feita após reunião na noite de ontem com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre.
Segundo Motta, o clima na Câmara é de resistência total à medida, com forte tendência à derrubada do decreto que eleva a alíquota do IOF. “Reforcei a insatisfação geral dos deputados com a proposta de aumento de imposto do governo federal. E relatei que o clima é para derrubada do decreto do IOF na Câmara”, declarou em uma publicação nas redes sociais.
Na reunião, ficou acordado que a equipe econômica terá o prazo de 10 dias para apresentar um plano alternativo que substitua o aumento do imposto. A exigência dos parlamentares é por uma proposta “duradoura, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o país”, afirmou Motta.
A proposta do governo de elevar o IOF tem enfrentado críticas não apenas da oposição, mas também de setores da base aliada, que consideram a medida impopular e prejudicial à economia. A pressão por um novo modelo de arrecadação fiscal que não onere ainda mais os contribuintes deve aumentar nos próximos dias, à medida que o prazo de 10 dias se aproxima.