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Hugo Motta anuncia acordo para encerar greve de fome de Glauber Braga; deputado corre risco de cassação

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quinta-feira (17), pelas redes sociais, que selou um acordo para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). O protesto, que já durava mais de uma semana, foi motivado pelo processo que pode resultar na cassação do mandato do parlamentar. Glauber, até então, vinha resistindo com água, soro, isotônico e persistência.

O acerto, segundo Motta, teve aval de duas figuras próximas ao psolista: a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), companheira de Glauber, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). O presidente da Casa garantiu que o caso não será levado ao plenário antes de 60 dias após deliberação da CCJ, tempo que ele julga razoável para o deputado articular sua defesa — e, provavelmente, reorganizar apoios políticos.

“Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, escreveu Motta, tentando imprimir normalidade institucional a um episódio que tem sido tudo, menos normal.

Glauber ainda não confirmou se vai mesmo encerrar o jejum. Disse que se pronunciará à imprensa no fim da tarde — mas, se depender dos bastidores, o cenário está montado para uma saída simbólica, com narrativa de resistência preservada e foco deslocado para a CCJ.

O processo contra o deputado ganhou tração no último dia 8, quando o Conselho de Ética deu sinal verde à cassação. A denúncia, feita pelo partido Novo, acusa o psolista de quebra de decoro por ter agredido fisicamente um militante do MBL dentro da Câmara — empurrões, chutes e tudo mais.

O relator, Paulo Magalhães (PSD-BA), viu indícios suficientes para levar o caso adiante. Glauber, por sua vez, acusa o relator de parcialidade — mais um ingrediente para manter o discurso de perseguição.

A CCJ é o próximo palco. E ali o foco não será o mérito da acusação, mas os vícios formais do processo — se é que houve algum. Depois disso, o plenário da Câmara terá a palavra final. Mas só daqui a dois meses, pelo novo cronograma pactuado.

Foto: Divulgação

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