Cláudio Humberto, colunista do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, avaliou o novo teto salarial do funcionalismo público no Brasil. O presidente Lula, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores devem receber o aumento, que ocorre no próximo dia 1º de fevereiro R$ 46,3 mil mensalmente.
“Os gastos públicos quebraram o país, a economia caminha para o brejo, a taxa de juros ainda mais sufocante após a decisão do Banco Central, sem contar com a inflação disparando e empobrecendo ainda mais os mais pobres. Mas para suas excelências vale o velho princípio da esperteza nacional: meu pirão primeiro”, afirmou Cláudio Humberto.
Com isso, o aumento ocorre em efeito cascata no funcionalismo público. Antes, o teto do servidor público era o salário de ministro do STF. “Mas um decreto malandro igual o salário dessa turma e todo mundo ganha o teto”, disse o colunista.
“A maioria ainda receberá uma porcaria, mas a elite do serviço público, principalmente as carreiras jurídicas, vão receber, a maior parte deles, o teto salarial. E estão incluídos nessa turma aqueles que fazem o servicinho de preparar documentos, portarias, decretos e atos que geram esses aumentos exponenciais para o serviço público”, pontuou Cláudio Humberto.
Para ele, é um jogo de ganha-ganha, mas só para eles. “O pior é que não se sabe quanto isso vai custar para todos nós, que sustentamos essa bagaça, como diria Ricardo Boechat”, declarou.
Ele afirma que o Ministério da Gestão esconde esses dados. “Talvez a gente descubra ao olhar com lupa a Peça Orçamentária. Esses figurões não ficarão apenas em R$ 46.300 ao mês, surgem gratificações extras e cada um deles pega R$ 500 mil, R$ 700 mil sem saber o porquê”, afirmou.
“Essas autoridades têm jatinhos e jatões da FAB à disposição, mordomias que ofendem os brasileiros, penduricalhos mais caros, regalias, privilégios. Os mesmos que aumentam os próprios salários aumentam os impostos que os sustentam. Eles aumentam também o preço dos alimentos, combustíveis, os preços de tudo”, opinou.
BAND/UOL
FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL