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“Rombo nos fundos de pensão pode superar petrolão”, diz presidente de CPI

As fraudes estimadas em 6,62 bilhões de reais nos quatro principais fundos de pensão do país é apenas uma pequena amostra de um rombo muito maior, ainda não dimensionado, diz o deputado Efraim Filho (DEM-PB), presidente da CPI sobre o tema.
“Se uma força-tarefa do mesmo tamanho e determinação da Lava Jato investigasse os fundos de pensão o Brasil se depararia com um rombo maior do que o da Petrobras,” disse, em entrevista ao site de VEJA. A comissão aprovou seu relatório final na última quinta-feira.
Durante sete meses, a CPI se debruçou sobre quinze negócios considerados suspeitos realizados por Funcef (dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal), Postalis (Correios), Previ (Banco do Brasil), e Petros (Petrobras).

Na última terça-feira, a CPI havia informado uma perda de 4,26 bilhões de reais, mas a cifra foi acrescida em mais 2,35 bilhões de reais devido à inclusão de prejuízos de Funcef, Previ e Petros com a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a compra de sondas para o pré-sal

Laudo apresentado pela Polícia Federal (PF) no fim do ano passado indicou que os pagamentos indevidos feitos pela Petrobras, entre 2004 e 2014, para 27 empresas pode somar 42 bilhões de reais, montante bem superior aos 20 bilhões de reais estimados anteriormente.
“No caso dos fundos de pensão, a estimativa de 6,62 bilhões de reais em perdas com fraudes se restringe aos casos que investigamos, mais polêmicos. Se a apuração considerasse todos os investimentos, o rombo seria dezenas de vezes maior”, afirma o relator da CPI, Sérgio Souza (PMDB-PR). Ele lembra que, sem considerar as fraudes, o prejuízo contábil dos fundos foi de 56 bilhões de reais no ano passado e de 110 bilhões de reais nos últimos cinco anos.
Efraim conta que as fraudes eram cometidas de forma profissional, com uma maquiagem técnica para ter um ar de formalidade. “Existiam investimentos que desde a sua concepção eram estruturados para dar errado. O grande lance era transformar roubo em prejuízo, que era comumente atribuído a mudanças no mercado ou à conjuntura de crise, por exemplo”, diz.

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